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segunda-feira, 21 de julho de 2008
ALIEN HUNT - CONTATO ALIENÍGENA
segunda-feira, 14 de julho de 2008
O ENIGMA DO HORIZONTE
(Event Horizon)
Por Felipe M. Guerra
ANO DE LANÇAMENTO
1997 (Inglaterra/EUA)
DIRETOR
Paul W.S. Anderson
ELENCO
Laurence FishburneSam NeillKathleen QuinlanJoely RichardsonRichard T. JonesJack NoseworthyJason Isaacs
ROTEIRO
Philip Eisner
TRAILER
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SITE OFICIAL
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ESTRÉIA NOS EUA:
15 de agosto de 1997
DISTRIBUIDORA:
CIC
domingo, 13 de julho de 2008
FANTASMAS de Dean Koontz
Resenha de Luiz Poleto
Dean R. Koontz é considerado um dos mestres do terror e do suspense, embora seus livros atuais estejam mais voltados para dramas psicológicos do que para o gênero que o consagrou no passado, o que é uma pena.
Fantasmas começa com Jenny e sua irmã voltando para casa, na pacata cidade de Snowfield, após a morte de sua mãe. Ao chegarem na cidade, as coisas parecem um pouco diferente; a cidade encontra-se mais deserta do que o habitual. Após encontrarem a caseira de Jenny morta – olhos arregalados de terror, a boca paralisada em um grito, a carne negra e empolada – elas partem pela pequena cidade em busca de ajuda; não demora para que elas percebam que a cidade está totalmente vazia. As pessoas que encontram estão mortas, da mesma forma que Hilda, a caseira.
A partir daí, a trama segue de maneira que é difícil largar o livro de lado. A curiosidade para saber o que de fato acontece na cidade aliado ao sentimento de que algo as observa nas sombras é envolvente. Koontz mostra que sabe conduzir o leitor de acordo com sua vontade.
Koontz diz que, quando escreve, preocupa-se mais com os personagens do que com qualquer outra coisa, e isso é facilmente percebido no decorrer da história: os personagens são bem marcantes, possuem traços psicológicos bem definidos e é difícil não encantar-se com eles.
Ao contrário do que muitos dizem sobre a conclusão do livro, eu gostei bastante da explicação, embora a cena final pudesse ter sido um pouco melhor.
Não é um livro indispensável, mas com certeza é um livro que vale a pena ler.
Ficha Técnica:
Dean R. Koontz, 1983
Título Original: Phantoms
Editora Record
FRANKENSTEIN - Resenha de Celly Borges
Frankenstein – Mary Shelley
Editora: Martin Claret
Tradução de Pietro Nassetti
Título Original: Frankenstein or the Modern Prometheus
N° Páginas: 208
Victor Frankenstein, universitário, desafiou a ética, “Coletava ossos dos necrotérios e profanava, com os dedos, os recônditos do corpo humano”, e as leis da Natureza, ao dar vida ao que ele próprio, depois de horrorizado por seu intento, denominou Monstro.
O criador fugiu da criatura, que se viu obrigada a vagar sem destino e começou a cometer atrocidades em nome da indiferença de Frankenstein.
E o que não se poderia cogitar era que o Monstro possuía, sim, sentimentos. Depois de reencontrar Frankenstein exigiu a ele que criasse uma companheira e assim poderia viver com um ser igual e deixaria todos em paz. Victor concordou, porém logo depois desistiu da promessa e o Monstro voltou a atacar.
Tudo começou quando Lord Byron propôs a três amigos que cada um escrevesse um conto de fantasmas.
E Mary Shelley assim concebeu, em 1818, uma das maiores histórias de horror.
domingo, 6 de julho de 2008
GRITO DE HORROR
GRITO DE HORROR
Quando se fala em Joe Dante geralmente não ocorre nenhuma lembrança imediata na maioria das pessoas. Porém, com algum esforço, vão se formando imagens na mente: uma enorme piranha saltando do rio para morder o nariz de um pescador; uma repórter se transformando em lobisomem, diante das câmeras de TV; um homem apavorado tirando um coelho monstruoso de uma cartola; um cinema abarrotado de pequenos duendes verdes deliciando-se com “Branca de Neve e os Sete Anões”. Após um saudoso sorriso, vem a dúvida: pelo menos estes dois últimos não são filmes de Steven Spielberg? Não. O ex-menino-prodígio de Hollywood apenas os produziu. Todo o mérito de criação e direção pertence a um dos mais brilhantes cineastas de sua turma: o norte-americano Joe Dante.
Após um filme em co-direção e sua estréia solo em “Piranha” (o único subproduto de “Tubarão” elogiado com entusiasmo por Spielberg), Joe Dante saiu da New World e recorreu a uma pequena produtora, a AVCO Embassy Pictures, para fazer seu filme seguinte, “Grito de Horror”, uma história de lobisomem nada convencional, com um inventivo roteiro de John Sayles (o mesmo de “Piranha” e de “Alligator” de Lewis Teague), baseado no romance homônimo de Gary Brandner.
A repórter televisiva Karen White (Dee Wallace, a mãe de Elliot em “E.T.”) investiga o paradeiro de um brutal assassino sexual, Eddie Quist (Robert Picardo, figurinha fácil em todos os filmes de Dante e mais conhecido hoje por séries como “Anos Incríveis”, “Star Trek: Voyager” e “Stargate”), que só ataca mulheres em noites de lua cheia. Karen o encontra num peep-show e descobre que Eddie na verdade é um lobisomem. Ela é salva na última hora pela polícia porém o choque a deixa com amnésia parcial. A repórter tira licença da emissora e seu médico, o Dr. George Waggner (Patrick Macnee), a manda para a sua colônia de repouso, enquanto ela tenta se lembrar o que lhe causou tanto pavor. Acontece que em seu livro “O Dom” o Dr. Waggner defende a tese de que todos temos um animal selvagem dentro de nós e que devemos aprender a controlá-lo. Tese que ele tenta transpor na prática em sua colônia afastada da civilização, e que está cheia de... bem, vocês sabem o que.
Trabalhando dentro do universo dos filmes de lobisomem, Joe Dante manipula de todas as formas os mais díspares ícones e elementos deste subgênero do cinema de horror. A começar de uma singularidade: nove dos personagens secundários de “Grito de Horror” levam os nomes de cineastas que realizaram os mais clássicos filmes de lobisomem da história (George Waggner, Erle Kenton, Sam Newfield, Freddie Francis, etc.). O próprio “O Lobisomen” (“The Wolfman”, 1941) da Universal com Lon Chaney Jr. surge numa TV para lembrar que “a pessoa que é mordida por um lobisomem e vive também se torna um lobisomem”, quando o marido da repórter é atacado.
De olho nas origens de sua arte, Joe Dante pendura no consultório do médico de Karen uma reprodução da famosa gravura de Edward Munch, “O Grito”, um dos emblemas do movimento expressionista alemão, um dos principais “pais” do cinema de horror. Ele também coloca figuras simbólicas do gênero em “Grito de Horror” como Forrest J. Ackerman – o editor da mais importante revista americana sobre cinema fantástico dos anos 60 e 70, “Famous Monsters of the Filmland” – folheando um baralho de tarô numa livraria, e o seu mentor-mor, o diretor e produtor Roger Corman, na fila de uma cabine telefônica. Além disso, Dante tem sempre alguns atores na manga que aparecem em quase todos os seus filmes, quer seja em papéis importantes ou como coadjuvantes de luxo, como Dick Miller, Kevin McCarthy, Kenneth Tobey, John Carradine, Slim Pickens, William Schallert, Keenan Wynn, Harry Carey Jr., Keye Luke (a maioria veteranos de clássicos do horror e da ficção científica de décadas anteriores e ídolos do diretor) e Robert Picardo (que já foi lobisomem, alienígena, executivo, lixeiro e contrabandista em seus filmes).
Além de tudo isso, Joe Dante é um dos cineastas modernos que mais faz citações a outros filmes, desenhos e seriados em sua obra, direta ou indiretamente. Aqui ele satiriza o próprio gênero numa das seqüências mais marcantes do filme: enquanto a repórter Terry (Belinda Balaski) é atacada pelo gigantesco lobisomem Eddie Quist, seu marido Chris assiste na TV ao desenho animado “Quem Tem Medo do Lobo Mau”, de Walt Disney. E tudo é mostrado em montagem paralela. Ironia e humor negro pra ninguém botar defeito.
O que há para se lamentar é que “Grito de Horror” foi feito e lançado no mesmo ano que o já célebre “Um Lobisomem Americano em Londres” de John Landis. O filme de Landis abocanhou o Oscar de efeitos especiais pela cena da metamorfose licantrópica (criada por Rick Baker, que também foi consultor de efeitos de maquiagem no filme de Dante) e definitivamente ofuscou “Grito de Horror”, que hoje em dia parece ser apenas conhecido pelos aficcionados do gênero. Uma pena porque ambos são excelentes filmes, cada um à sua maneira (enquanto o filme de Landis mistura comédia e terror na medida certa, o filme de Dante se assume totalmente como um filme de horror, apesar das altas doses de humor negro). E num subgênero tão carente de obras brilhantes, como é o de filmes de lobisomens (ao contrário dos filmes de vampiros, por exemplo), o biscoito fino de Joe Dante merecia muito mais destaque entre o grande público, da mesma forma que o filme de John Landis mereceu.
FICHA TÉCNICA
Direção: Joe Dante
Roteiro: John Sayles e Terence H. Winkless, baseado no romance de Gary Brandner
Produção: Michael Finell, Jack Conrad, Daniel H. Blatt, Steven A. Lane / AVCO Embassy Pictures / International Film Investors
Fotografia: John Hora
Montagem: Mark Goldblatt e Joe Dante
Música: Pinno Donaggio
Direção de arte: Robert A. Burns
Efeitos especiais: Roger George
Efeitos especiais de maquiagem: Rob Bottin, Rick Baker
Elenco: Dee Wallace, Patrick Macnee, Dennis Dugan, Belinda Balaski, Christopher Stone, Robert Picardo, Kevin McCarthy, John Carradine, Slim Pickens, Elisabeth Brooks, Don McLeod, Dick Miller, Margie Impert, Kenneth Tobey, John Sayles, Roger Corman, Forrest J. Ackerman
FONTE: site Valise de Cronópio
sábado, 5 de julho de 2008
INCUBUS (1966)
Um filme pode tornar-se objeto de culto por várias razões, entre elas a presença de um ator famoso em início de carreira, o uso de algum recurso estranho, um tema paradigmático, ou acontecimentos misteriosos por trás das câmaras. Incubus (EUA, 1965), escrito e dirigido por Leslie Steven, preenche todos estes requisitos.
O ator famoso em início de carreira é William Shatner, um ano antes de se transformar no capitão James T. Kirk da série Star Trek. Shatner já havia aparecido em um par de papéis importantes no cinema, como Alexi Karamazov em The Brothers Karamazov (EUA, 1958), do Richard Brooks, ao lado de Yul Brynner e Lee J. Cobb, e como capitão Byers em Judgment at Nuremberg (EUA, 1961), do Stanley Kramer, ao lado de um elenco monumental que incluiu Spencer Tracy, Burt Lancaster, Richard Widmark, Marlene Dietrich, Maximilian Schell, Judy Garland e Montgomery Clift.
O recurso estranho é o idioma usado nos diálogos, o esperanto. Criado por L.L. Zamenhof no final do século XIX, o esperanto tinha por objetivo se tornar uma linguagem internacional, funcionando como segunda língua para pessoas de qualquer nacionalidade. Apesar de isto nunca ter acontecido, acredita-se que cerca de dois milhões de pessoas sejam fluentes em esperanto hoje. Incubus foi o segundo filme a ser produzido completamente em esperanto, um ano após Angoroj ter sido dirigido por Atelier Mahé na França. A sonoridade estranha dos diálogos funciona em perfeita comunhão com a fotografia em preto e branco e os cenários bucólicos da aldeia quase em ruínas.
O tema paradigmático é nada menos que a luta do bem contra o mal. Um súcubo (Allyson Ames), espírito feminino especializado em seduzir homens, resolve que levar pecadores à perdição já não é suficiente e decide tentar desencaminhar um homem virtuoso. O escolhido é Marc (William Shatner), corajoso e bondoso veterano de guerra. Quando as coisas não correm como planejado, sua irmã (Eloise Hardt) invoca a presença de um íncubo (Milos Milos), espírito masculino especializado em seduzir mulheres, para conquistar a irmã de Marc (Ann Atmar), dando início a uma batalha pelas almas dos mortais.
Os acontecimentos misteriosos por trás das câmaras foram vários. Apesar de alguns dos envolvidos terem obtido sucesso profissional imediatamente após o lançamento de Incubus, como William Shatner sendo escolhido para o papel de capitão da Enterprise (que marcaria sua carreira na televisão e no cinema) ou o diretor de fotografia Conrad L. Hall recebendo sua primeira indicação para o Oscar (ele foi indicado em 1966, 1967, 1968, finalmente recebeu a estatueta em 1970 por Butch Cassidy and the Sundance Kid, foi indicado mais meia dúzia de vezes depois disso e acumulou três Oscars, os outros dois por American Beauty e Road to Perdition), nem todos tiveram a mesma sorte. Em 1966, Ann Atmar suicidou-se. No mesmo ano, Milos Milos assassinou sua namorada, Barbara Ann Thompson Rooney (esposa do ator Mickey Rooney), e em seguida suicidou-se. Mais tarde, a filha de Eloise Hardt foi raptada e assassinada. A empresa que produziu Incubus faliu pouco depois da estréia em San Francisco, onde estiveram presentes Roman Polanski (que depois fugiria dos EUA acusado de ter relações sexuais com uma menor de idade) e Sharon Tate (que seria assassinada pela família Manson juntamente com outras vítimas). Os negativos originais e todas as cópias restantes de Incubus acabaram se perdendo, e somente em 1996 foi descoberta uma cópia na Cinémathéque Française em Paris, a partir da qual foi criada a versão restaurada disponível hoje em vhs e dvd.
Ao assistir Incubus, tente esquecer que o protagonista se transformou no capitão da Enterprise ou que parte do elenco morreu de forma trágica. Em vez disso concentre-se na sonoridade transgeográfica dos diálogos e no universo surreal que parece uma mistura de Bergman (com loiras elegantes andando pela praia), Raimi (com seres do além saindo da sepultura), Polanski (com cenas violentas de estupro) e Buñuel (com imagens oníricas como o bode na igreja).
POSSESSÃO
O espaço da ação é um espaço mental, distorcido, dilatado, não é à toa que a grande angular domina o filme, distorcendo a realidade.Mas como diz a própria Anna – não se trata de tão somente distorcer a realidade, mas de atravessá-la; e encontrar o que não é humano, o que é divino, além da loucura e do câncer, para continuar com as palavras de Anna. Dentro do apartamento dilatado pela lente e a construção do cenário, Anna à esquerda, na cozinha, Mark à direita na porta do banheiro, as malas no ângulo, faz-se uma relação perpendicular, cria-se a impossibilidade de os dois estarem no mesmo plano. Bob, o filho pequeno do casal, é o ponto capaz de unir os dois. Na discussão no Café Einstein mais uma vez os personagens são posicionados em ângulo, e não no mesmo plano, como se fossem retas que se atravessassem. A separação dos dois não é possível, assim como o Muro. Berlim pesa e ecoa no filme. A música dominante dá um sentido crônico, para além do cronológico, e envolve os acontecimentos apagando as relações causais de encadeamento, criando um torvelinho, uma neurose, onde perde-se a noção de tempo e o espaço é dado sempre pela presença do Muro, que se vê tanto da janela do apartamento de Mark como da do novo apartamento de Anna. A câmera a 90º passeia sobre os corpos nus dos dois, homem e mulher, oferecendo uma visão divina, um olho de Deus. Também quando Mark surta no quarto de hotel a câmera assume este ponto de vista vertical, do ser, que paira sobre os entes. O contra plano é quando Anna suplica diante da cruz, na Igreja, como Jeanne d’Arc, a câmera por trás do corpo do Redentor. A imagem do Redentor é evocada também quando Mark despe o filho e levanta delicadamente seus braços, parando para admirá-lo. Esta mesma imagem será repetida com Anna no lugar de Bob, ao som de ruídos de passos ecoando por um corredor. O eco dos passos é o eco das imagens análogas - anterior em que o filho tem os braços e erguidos; e posterior, onde Anna irá despir Mark - santíssima trindade de mártires.
terça-feira, 1 de julho de 2008
BUICK 8 - De Stephen King
Stephen King é conhecido mundialmente como o mestre do terror, e não sem motivo. Sua capacidade de criar histórias interessantes a partir de situações corriqueiras é espantosa. Assim como é espantosa a forma com que ele cria a rotina de seus personagens sem tornar-se enfadonho.
Buick 8 foi o segundo livro de King que li, ainda assim, 9 anos após ter lido o primeiro (que foi Cemitério). Cheguei na livraria procurando o livro “Saco de Ossos”, que, felizmente, não tinha. Digo felizmente pois, decidido a levar um livro de King, pus-me a escolher outro título; dentre os que lá estavam (e as opções não eram muitas), Buick 8 foi o livro cuja sinopse mais me chamou a atenção (embora não tenha despertado aquela vontade de comprá-lo).
A idéia do livro é aparentemente simples: Em 1979, Curtis Wilcox e Ennis Rafferty atendem a um chamado em um posto de gasolina; um cliente parou para abastecer, dirigiu-se ao banheiro e nunca mais foi visto. Os dois então levam o carro para a delegacia, aonde fica guardado no sombrio galpão B. Mas, aquilo não era um simples carro. Capaz de recuperar-se sozinho de avarias, um motor potente que não funciona, e algo que faz com que o cão mascote da delegacia divida-se entre fascínio e medo, aquele sinistro Buick desperta a curiosidade dos policiais do departamento, que durante anos tentam desvendar seus segredos. Curtis é o mais empenhado em estudar o carro, e, quando algum tempo depois um dos policiais some misteriosamente, eles percebem que aquele carro pode ser um enigma muito mais perigoso do que imaginavam.
Em 2001, pouco depois de Curtis morrer em um fatal acidente durante o trabalho, seu filho Ned, de 18 anos, passa a freqüentar o departamento, disposto a cortar a grama, limpar janelas, ou qualquer outra coisa que possa mantê-lo por ali. Sandy Dearborn, que fora o melhor amigo de Curtis, percebe que esta é a forma que o garoto encontrou para sentir-se próximo do pai, e acaba por admiti-lo na família. Até que um dia, Ned descobre, escondido no galpão B, o velho Buick. Vinte anos depois, o mesmo mistério que tomou conta de seu pai agora também toma conta dele, que também quer respostas. O segredo mais bem guardado da polícia da Pensilvânia começa a despertar não somente nos corações e mentes dos policiais veteranos, mas também dentro do galpão B.
Apesar de partir de uma premissa simples, King consegue contar a história de maneira espetacular, envolvente, e usando aquele tom narrativo que lhe é tão peculiar. Um detalhe bem interessante aqui é a alternância que ocorre entre a pessoa narradora: hora em primeira pessoa, hora em terceira pessoa, ainda assim incapaz de confundir o leitor. Foi a primeira vez que vi o uso de tal recurso, e achei simplesmente genial.
No decorrer da leitura pude perceber, de maneira bem sutil, uma pequena homenagem a H. P. Lovecraft. O final do livro foge um pouco do padrão de King (ao menos, do que dizem), e conseguiu dar o desfecho perfeito para a história.
Buick 8, no fundo, é um romance sobre o fascínio que todos temos pelo sobrenatural, e, indo além, da nossa eterna busca por respostas. Um romance que não assusta, mas que não deixa de causar fascínio.
Ficha Técnica:
Stephen King, 2002
Título Original: From a Buick 8
Editora Objetiva