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Henry Evaristo lança seu primeiro livro: UM SALTO NA ESCURIDÃO

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

EVOCANDO ESPÍRITOS




Que o cinema norte-americano de terror naufragou completamente em face da atual onda de bons filmes vindos da Ásia (que aliás, tmbm anda já meio mal das pernas, diga-se de passagem) e da Europa, todo mundo de bom gosto e de discernimento já sabe. E ELES tmbm já sabem! Não só os fãs do gênero se sentem incomodados com a "ruindade" crônica dos novos filmes de terror feitos nos EUA; alguns realizadores por lá tmbm sentem isso. Não é a toa que temos visto, em meio a nova safra de filmes fantásticos vindos da terra do Big Mac, tentativas de uma timida retomada dos trilhos da historia dos bons filmes assustadores. Exemplos novíssimos como Atividade Paranormal (em breve no I.M), Seres Rastejantes e O Lobisomem (em breve no I.M) nos dão a ideia de um certo ar que esteja circulando nos cérebros travados dos diretores e roteirístas de Hollywood.

Obviamente isso não quer dizer muita coisa. Os filmes made in US continuam uma droga...porém, por conta dessa vontade em voltar a agradar, alguns títulos me parecem estar sendo lançados com um pouquinhozinhiinho de qualidade. É o caso, por exemplo, de Alma Perdida, Arrasta-me Para o Inferno e deste Evocando Espíritos.

Supostamente baseado em uma história real (como 99,99% dos filmes de casa mal-assombrada), a trama mostra o horror que se abate sobre a vida da familia de um paciente de cancer quando esta se muda para uma residência infestada por espíritos insatisfeitos com suas mortes violentas.

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Vejamos o que a rede tem a dizer:


Para a família Campbell, a mudança para uma nova casa em Connecticut deveria ser apenas melhor cenário para suas condições. Próxima a uma clínica, a nova residência seria o local perfeito para o tratamento do filho adolescente, Matt, que está sofrendo com um câncer. Porém, logo todos descobrem que naquela mansão vitoriana há terríveis segredos, como o fato de ali ter sido uma antiga funerária, com cadáveres enterrados no quintal.

O problema financeiro dos Campbell acaba ficando em segundo plano quando começam a sofrer pela descoberta. Jonah, filho do antigo proprietário, permitia que espíritos usassem a casa como um portal entre o mundo dos vivos e dos mortos. Matt sofre grande influência de Jonah e de outras entidades, e todos da família logo passam a sentir atividades paranormais.

Evocando Espíritos é baseado em um fato real que aconteceu em 1987. Andrew Trapani, produtor do filme, teve a ideia das filmagens assim que assistiu a um documentário sobre o caso real, acontecido com a família de Carmen Reed. Andrew procurou a mulher e, a partir de seus relatos, decidiu fazer o filme. A protagonista, Virginia Madsen, estava em busca de um bom filme de terror, após ter estrelado O Mistério de Candyman, mas já havia dispensado 25 roteiros antes de aceitar o papel que foi baseado em Carmen.

(http://msn.guiadasemana.com.br/MSN/film.asp?ID=11&cd_film=2641)


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"Evocando Espíritos", estreando em circuito nacional, que se baseia numa história supostamente verdadeira, ocorrida na cidade de Southington, em Connecticut (EUA), relatada pela família Snedeker.

Tudo começa quando a família, que no filme se chama Campbell, vai morar numa casa que, anos antes, foi sede de uma funerária. A despeito de crendices, e pelo baixo custo do aluguel (como todas as casas infestadas por fantasmas), a família decide ficar no local.

Logo ao chegar, o jovem Matt (Kyle Gallner) começa a sentir as estranhas presenças na casa. O adolescente está em meio a um tratamento experimental contra câncer, que pode colateralmente produzir alucinações. Por isso, ele não conta a sua mãe Sara (Virginia Madsen, de "Número 23") nada sobre o que vê.

Aos poucos, o espectador começa a perceber que os antigos donos da funerária faziam mais do que preparar os mortos para o enterro. As visões de Matt passam a ser os últimos dias do jovem Jonah (Erik J. Berg), que participava das mais assustadoras práticas de satanismo realizadas dentro da casa.

Com um bom elenco, "Evocando Espíritos" equilibra-se bem entre o drama familiar e o terror. O filme perde, porém, em seu desfecho exagerado e confuso. Esperava-se mais do roteirista Adam Simon, diretor de "The American Nightmare" (2000), documentário que analisa como os filmes de terror das décadas de 1960 e 1970 se refletiram na sociedade americana.

(http://cinema.uol.com.br/ultnot/2009/04/16/ult26u28154.jhtm)

Evocando Espíritos é mais uma tentativa do cinema americano de retomar o fio da meada perdido em algum lugar lá por meados dos anos 90. A exemplo de outras tentativas como, por exemplo, Trinta Dias de Noite, escorrega e se perde em meio às exigências mercadológicas mas ainda assim, em meio ao oceâno de filmes péssimos que vemos todo dia chegando nas locadoras, este se revela uma boa opção de divertimento.





sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O EXORCISMO DE EMILY ROSE

http://www.cieep.org.br/images/emilyrose.jpg


O EXORCISMO DE EMILY ROSE




Por: Renato Marafon, para o site CINE POP

Algumas pessoas podem se desanimar ao entrar no cinema com o intuito de assistir a mais um filme de terror. 'O Exorcismo de Emily Rose' é um suspense psicológico, assusta, espanta, mas em nenhum momento ele se mostra como mais um terror explícito. E é baseando-se nesse diferencial que o filme é ótimo e inovador.

http://www.cinemacomrapadura.com.br/filmes/imgs/exorcism_of_emily_rose_filmes_2005_img_21.jpg


Inspirado em história real, o filme conta o drama vivido por uma jovem de 19 anos possuída pelo demônio em um dos raros casos do tipo reconhecido oficialmente pela Igreja. No filme, a protagonista Laura Linney interpreta o papel de uma advogada que defende um padre (Tom Wilkinson) acusado por uma sessão de exorcismo realizada em uma adolescente chamada Emily Rose que, segundo ele, havia sido possuída pelo demônio.

Assim como em 'O Exorcista', fica à critério do espectador acreditar ou não que a garota foi realmente possuída pelo demônio, já que o diretor enfoca os dois lados da história: O caso da garota foi à justiça porque o padre Richard Moore é acusado de matá-la durante o exorcismo, enquanto o promotor diz que a garota tinha epilepsia psicótica. Em qual lado você acredita?

Ao longo da projeção somos apresentados aos rituais, à provas concretas e inconcretas, e a reviravoltas na trama, todas bem amarradas e bastante interessantes. Laura Linney consegue uma ótima interpretação, mesmo que seu personagem também esteja confuso em relação aos fatos.

'O Exorcismo de Emily Rose' é um ótimo suspense psicológico, que foge das regras hollywoodianas de filmes de terror, ao apresentar um roteiro distinto e inteligente.


http://www.adorocinema.com/old_media/filmes/exorcismo-de-emily-rose/exorcismo-de-emily-rose08.jpg

O EXORCISMO DE EMILY ROSE
(The Exorcism of Emily Rose , EUA, 2005).
Duração: 119 minutos.
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson; Paul Harris Boardman
Produção: Beau Flynn; Paul Harris Boardman; Gary Lucchesi; Tom Rosenberg; Tripp Vinson
Produção Executiva: Clint Culpepper; Andre Lamal; David McIlvain; Julie Silverman
Música: Christopher Young
Fotografia: Tom Stern
Edição: Jeff Betancourt
Desenho de Produção: David Brisbin
Direção de Arte: Sandi Tanaka
Maquiagem: Gitte Axen; Mary Kim; Jim Knell; Keith VanderLaan
Figurino: Tish Monaghan
Elenco: Laura Linney (Erin Bruner); Tom Wilkinson (Padre Moore); Campbell Scott (Ethan Thomas); Jennifer Carpenter (Emily Rose); Colm Feore (Karl Gunderson); Joshua Close (Jason); Kenneth Welsh (Dr. Mueller); Duncan Fraser (Dr. Cartwright); JR Bourne (Ray); Mary Beth Hurt (Juiz Brewster); Henry Czerny (Dr. Briggs); Shohreh Aghdashloo (Dr. Adani); Steve Archer; Arlene Belcastro; David Berner; David Berner (Dr. Vogel); Julian Christopher; George Gordon; Ir
is Graham; Taylor Hill

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

HALLOWEEN - O INÍCIO

Olha o spoiler, galera!



HALLOWEEN - O INÍCIO

http://cinemaraba.files.wordpress.com/2009/07/halloween-oinicio.jpg


Rob Zombie tem pelo menos um mérito que ninguém lhe tira. Nos deu o tresloucado e excelente REJEITADOS PELO DIABO, em 2005. Lotado de figuras pra lá de bizarras e de situações que combinam altos níveis de horror e sensualidade (!), RPD já é um clássico do que poderíamos chamar de novo horror rural. Antes deste filme, porém, ele escorregara a mão em A Casa dos 1000 corpos, um filme fraco e sem graça. Mas, mesmo assim já era possível observar que o diretor trazia em sua estética visual toda a carga adquirida em décadas de trabalho com a banda metaleira White Zombie. Assim, Rob Zombie tem como marcas registradas de seu trabalho no cinema a crueza, o grafismo pesado e a extrema violência de seus filmes e personagens. Os cenários de Zombie são algo como uma mistura entre Hellraiser e Sergio Leoni; seus personagens, via de regra, são feios, sujos e malvados.


http://ci.i.uol.com.br/noticias/2009/07/halloween_o_inicio_2007_nota.jpg

Agora, depois de dois anos de atraso, e quando a seqüência já está para estreiar nos cinemas, chega ao Brasil o esperado remake de Halloween, o clássico setentista criado por John Carpenter.

Na história original de 1978, Michael Myers, um garoto de dez anos, num ataque psicopata homicida, mata sua irmã a facadas após perceber que a mesma está tendo relações sexuais com o namorado dentro de casa, em seu quarto.

Preso, é encaminhado a um instituto para tratamento de doentes mentais onde passa 15 anos sob os cuidados do psiquiatra Dr. Loomis.

Numa noite de tempestade, Myers consegue finalmente escapar do manicômio e dá inicio a um banho de sangue ao se dirigir para sua cidade natal.

Ponto.

Não há muitas explicações para as questões que a história levanta. E eis aí o ponto chave para o remake de Rob Zombie: Responder as perguntas que ficaram em aberto no filme original. Quem é Michael Myers? Por que ele mata? Como ele ficou louco?

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Dividido em atos, Halloween - o início tem uma introdução tão brilhante que chega a ser, visto isoladamente, melhor que o original. O primeiro ato nos apresenta a origem da doença de um Michael Myers pré-adolescente massacrado por uma vida pobre e violenta. Sem paz nem em casa, nem na escola, que são os dois universos onde habitam os garotos de sua idade. A mãe é uma stripper que tenta batalhar para criar os filhos, mas que não deixa de ser uma vergonha para Myers e ainda mais um motivo de chacota entre os colegas de escola. O padrasto, um beberrão agressivo que vive ameaçando atacá-lo. A irmã mais velha, o xinga, o humilha e denigre sua imagem o tempo inteiro. Na escola os garotos maiores o usam como saco de pancadas.

Um dia, Myers pira completamente! Você não piraria?


http://a4.vox.com/6a00e398d79476000300fa969a96240003-500pi

Essa é a grande sacada do inicio deste novo Halloween. Emprestar esse realismo a história foi uma tirada de gênio. Ao passo que Zombie nos responde os porquês de Michael Myers, ele nos mostra como, na vida real, as familias e a criação que damos para nossas crianças podem formar assassinos psicopatas. É de fato, a origem do mal.


http://www.filmedge.net/Halloween/images/MichaelKitchen.jpg

Pronto. o filme acaba aí. Já no primeiro ato.

O segundo e o terceiro atos são outro filme. E queremos crer que não foram feitos pela mesma pessoa que fez o primeiro!


http://www.smh.com.au/ffximage/2007/11/22/Halloween_071122093758557_wideweb__300x375.jpg

Pelo menos a violência explícita e direta, sem maquiagens e sem poupar os espectadores dos detalhes mais sangrentos sem mantem. Só isso vale assistir o filme até o final. O novo Michael Myers, interpretado pelo gigantesco Tyler Mane (o Dente de Sabre do primeiro X-Men)é bastante ameaçador fisicamente e isso garante uma boa dúzia de bordoadas e algumas paredes derrubadas à mão!

A terceiro ato do filme é uma cópia inferior do original, com inclusive alguns diálogos idênticos mas sem conseguir atingir a atmosfera tétrica da obra de John Carpenter mesmo apesar do uso da excelente trilha sonora também criada por Carpenter para o original.

http://www.best-horror-movies.com/image-files/halloween-2007-michael-knife.jpg

Só não sei como vão justificar a sequência tendo em vista o final do primeiro. Mas não vou estragar a surpresa dos amigos que irão assistir a refilmagem de Rob Zombie contando o final do filme, né!?


http://horrorblog.4xd.net/wp-content/uploads/2007/10/robzombieshalloween.jpg

Título Original: Halloween
Ano de Produção: 2007
Direção: Rob Zombie
Elenco: Tyler Mane, Malcolm McDowell, Scout Taylor-Compton, Daeg Faerch, Sheri Moon Zombie, William Forsythe, Danielle Harris, Danny Trejo, Hanna Hall, Bill Moseley, Brad Dourif, Udo Kier, Daryl Sabara, Sybil Danning, Sid Haig, Pat Skipper e Dee Wallace.

O LABIRINTO DO FAUNO





O LABIRINTO DO FAUNO

Por Mário "Fanaticc" Abbade no site OMELETE



O labirinto do fauno
é com certeza um dos melhores filmes do ano (de 2006). O cineasta Guillermo Del Toro apresenta uma fábula sombria recheada de metáforas e alegorias. Além de ser puro entretenimento, o longa também é uma ótima refeição mental para os cinéfilos e amantes da literatura fantástica. É fácil encontrar referências a filmes como O Iluminado, A Lenda do cavaleiro sem cabeça, O mágico de Oz, Hellboy (do próprio Del Toro) e livros como Alice no país das maravilhas e as fábulas de Hans Christian Andersen e dos Irmãos Grimm.

O filme abre com uma pequena narração sobre uma princesa que abandonou seu reino subterrâneo para conhecer a realidade humana e as conseqüências de seu ato. Depois disso conhecemos Ofelia (Ivana Baquero), uma menina de 10 anos fascinada por livros de contos e fábulas com fadas. Ela está viajando junto com a sua mãe Carmen (Ariadne Gil) para o campo, onde vai encontrar seu padrasto, Vidal (Sergi Lopez). Ele é o capitão das forças fascistas do general Franco, que governa a Espanha em favor dos ricos e poderosos com a aprovação da Igreja Católica. Logo de cara percebemos que Vidal é um homem extremamente sádico e que maltrata Ofelia.

Aos redor de sua nova casa, a menina encontra um labirinto que leva a uma trilha subterrânea. Lá ela conhece o Fauno (o mímico Doug Jones), uma criatura metade humana, metade bode, que a convence de que ela é a princesa perdida do reino subterrâneo e que precisa realizar três tarefas para retornar para seu reino. Ao mesmo tempo em que Ofelia embarca nessa viagem repleta de fantasia, Vidal não poupa esforços e sadismo para exterminar os rebeldes que ameaçam o governo.



O mundo fantástico

Realidade e fantasia se completam em um verdadeiro banquete de cenas e personagens inesquecíveis. Visualmente, o filme é soberbo. A cor é extremamente carregada de um sombreado que transforma a narrativa em um livro antigo de fábulas.

Inteligentemente, Del Toro transporta seu argumento para o campo. Cercado de florestas, o público se sente confortável em aceitar que possa existir por ali um universo mítico. Envolvendo este universo estão as duras cercas do mundo real, característica que também marca o trabalho de outros diretores fantásticos, como Tim Burton e Terry Gilliam. O único ingrediente diferente no filme de Del Toro são os toques surrealistas herdados do cineasta espanhol Luis Buñuel, outro que utilizou sua obra para criticar os fascistas.

Esse universo onírico e gótico é a espinha dorsal do filme. Del Toro não delimita o que é fantasia ou realidade. Ele aponta caminhos e deixa que o público embarque na viagem de sua preferência. Mesmo na conclusão, Del Toro contrasta os dois mundos. O espectador tem a possibilidade de escolher baseado em suas crenças pessoais. Quem não acredita em fadas, lendas e mitologia não se sentirá enganado. Otimistas que ainda vêem esperança no mundo caótico em que vivemos ficarão satisfeitos. E essa dualidade fica evidente na personalidade de Ofelia. Ela mostra que talvez a melhor maneira de escapar da realidade seja criando um mundo de fantasia.

Del Toro correlaciona seus personagens fabulescos com os de carne e osso. Nas tarefas, Ofelia é obrigada a enfrentar criaturas horripilantes. Impossível não associá-las à brutalidade de Vidal. Por mais aterrorizantes que sejam as aparências dos seres, fica a impressão de que os humanos são os verdadeiros vilões.



Mundos contrastantes

Fica evidente a diferença entre o mundo de Ofelia e o de Vidal. Ela acredita em sonhos e fantasia, sentimentos e características vitais para o desenvolvimento do ser humano. Vidal é um produto de mundo rígido e fascista. Sua ideologia é baseada na violência. Del Toro aproveita para analisar psicologicamente como homens dessa natureza são resultado de uma relação agressiva e abusiva dos seus pais.

Mas o debate não é só social, mas também político. Vidal não consegue ver nos rebeldes uma ameaça. Para ele, é uma questão de tempo para que todos sejam eliminados. Em A espinha do diabo (2001), Del Toro já tinha utilizado crianças para apresentar temas políticos como pano de fundo - a mesma guerra civil espanhola. Os dois filmes se completam em significado. E a mensagem de Del Toro não é sobre a perda da inocência, mas sim de como temos que nos abarcar a ela para conseguirmos sobreviver emocionalmente.

O elemento humano por trás dos comentários e mensagens de Del Toro reforçam ainda mais suas idéias. Todo o elenco está excelente. Mas quem chama a atenção é Sergi Lopez. Impossível desviar o olhar da tela quando ele aparece. Ele cria um vilão completamente odiável e se torna o ser mais asqueroso e repugnante, mesmo rodeado pelas criaturas mais estranhas possível.

Del Toro realizou todo seu filme com uma equipe basicamente mexicana, mas sem dispensar a máquina hollywoodiana. Ele, Alejandro Gonzáles Iñárritu e Alfonso Cuarón (também produtor do filme) são exemplos de cineastas que nunca deixaram de imprimir sua marca autoral em suas produções, mesmo com as amarras dos grandes estúdios. Coincidentemente, ou não, todos os três são produtos de um povo que até hoje é tratado com desprezo pelos norte-americanos. O preconceito está longe de acabar, mas o talento e o sucesso dos três é a melhor resposta.


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Direção e roteiro: Guillermo del Toro


Elenco: Ivana Baquero, Doug Jones, Sergi López, Ariadna Gil, Maribel Verdú, Álex Angulo, Roger Casamajor, César Vea, Federico Luppi, Manolo Solo

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

REC


REC
de
JAUME BALAGUERÓ & PACO PLAZA


Muito se tem argumentado que o cinema fantástico atual perdeu o rumo, não tem mais inspiração e já não é mais capaz de causar impacto na platéia. É verdade! E justamente por conta dessa verdade é que a obra do cineasta espanhol Jaume Balagueró se torna ainda mais importante para o cinema da terror atual.



Utilizando-se de uma escola de direção e roteirização que prima por um retorno às velhas tendências setentistas e oitentistas, Balagueró, e ainda alguns outros cineastas espanhóis contemporâneos, vêm dando novo fôlego aos filmes de terror. Este é o caso exato deste REC. Obra impressionantemente assustadora, REC configura-se no melhor exercício de cinema de terror dos ultimos anos, e no quesito filme de mortos-vivos, concorre seriamente a ocupar o lugar que foi até pouco tempo do proprio pai deste tipo de filme, o grande mestre George Romero. Rec chega a ser, portanto, melhor que alguns dos filmes mais recentes do diretor norte-americano; e se pegar-mos pelo viés do realismo dominante nas produções atuais, chega a ser melhor que alguns dos filmes clássicos do mestre.



REC possui uma atmosfera de medo e desespero tão extremos que o espectador por vezes pode se sentir impelido a sair do cinema ou parar a execução do filme no DVD. Tudo não por conta da escatologia em si, das cenas de sangue por exemplo, e sim pela maneira opressiva como o roteiro vai mergulhando a todos na trama. Com intenso realismo e verossimilhança.

Tenho visto muitas indagações sobre os porquês do filme; gente apontando falhas nas supostas explicações do roteiro. Bobagem! Para tragédias não há muito o que se explicar a não ser depois que elas ocorre. Me diga: Se um corpo recém falecido se levantasse perto de você, tentando a todo custo arrancar seu pescoço, o que você faria: correria desesperadamente escada baixo pra tentar escapar ou tentaria sentar numa mesa redonda com o morto para pedir explicações sobre sua origem? Claro, pode-se argumentar que isso não é a realidade, é cinema e no cinema as explicações têm que ser sintéticas e dadas durante os acontecimentos. Não! No cinema de mestres como Romero e Balagueró, não senhor!


http://www.adorocinema.com/old_media/filmes/rec/rec05.jpg


Há argumentações sobre o final de REC; muitos acham que deveria ser diferente. Mas isso se deve muito mais à uma questão particular onde o espectador se frustra ao não ver o final do jeito que ele esperava ou gostaria que fosse, do que propriamente a uma má qualidade real do que foi apresentado.

REC é, de longe, o melhor filme de mortos vivos desde as obras clássicas de George Romero; e seu diretor (ou diretores se considerarmos também a participação de Paco Plaza) já inscreveu seu nome ao lado do de Romero como o segundo em se tratando de filmes de mortos-vivos (não confundir com zumbis!) passando por cima de ícones trash como Lucio Fulci e outros europeus malucos dos anos 80.

Outro grande mérito de REC, talvez até mesmo o principal, é que ele se leva a sério. Não é um filme de brincadeira. Não tem piadinhas do tipo; "Tome isso seu zumbi fedorento!", nem mulheres peitudas correndo semi-nuas e sem função a não ser morrer. Infelizmente as novas gerações não compreendem o valor dessa postura artística dos cineastas. Definitivamente filmes como este não são para adolescentes.

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Sinopse:

É a história de uma equipa de repórteres de televisão que decide documentar em directo uma patrulha de bombeiros em serviço durante a noite. O objectivo é registar todos os momentos destes profissionais, mesmo as situações mais arriscadas. A primeira missão da noite é resgatar uma idosa que se encontra fechada no seu apartamento por motivos desconhecidos. Mas algo durante a missão corre terrivelmente mal. O que parecia ser uma simples tarefa de rotina torna-se num inferno. Algo sinistro e maléfico anda à solta e ameaça a corporação de bombeiros e a equipa de televisão. E a câmara continuará sempre a filmar até ao último momento…



FICHA TÉCNICA:

[REC] ([Rec], Espanha, 2007). Duração: 85 minutos

Direção: Jaume Balagueró; Paco Plaza

Roteiro: Jaume Balagueró; Luis Berdejo; Paco Plaza

Produção: Julio Fernández

Produção Executiva: Julio Fernández; Carlos Fernández

Fotografia: Pablo Rosso

Maquiagem: David Ambit; Lucía Salanueva

Direção de Arte: Gemma Fauria

Efeitos Especiais: Enric Masip

Efeitos Visuais: Álex Villagrasa

Edição: David Gallart

Elenco: Manuela Velasco (Ángela Vidal); Javier Botet (Niña Medeiros); Manuel Bronchud (Abuelo); Martha Carbonell (Sra. Izquierdo); Claudia Font (Jennifer); Pablo Rosso (Marcos); Pep Sais (Pablo); Jorge Serrano (Sergio); Ferran Terraza (Manu); David Vert (Alex); Carlos Vicente (Guillem)



Observando a ficha técnica do filme, podemos argumentar que foi preciso dois grandes diretores e roteiristas para conseguirem elaborar uma obra à altura da de George Romero; mas essa é outra história...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

DRÁCULA DE BRAM STOKER

DRÁCULA DE BRAM STOKER

Drácula de Bram Stoker é um filme de 1992,[1] baseado na obra literária de Bram Stoker, escritor irlandês. O filme é dirigido pelo renomado diretor Francis Ford Coppola, também diretor de O Poderoso Chefão, Apocalipse Now, O Poderoso Chefão 2, Cotton Club e Peggy Sue.

O filme conta a história do líder romeno Vlad Tepes (Drácula), que, ao defender a igreja cristã na Romênia contra o ataque dos turcos, tem sua noiva Elisabetha enganada: esta crê que seu amado morreu e então atira-se no rio chamado "Princesa". Vlad, ao retornar da guerra e constatar a morte de sua amada, e condenada ao inferno (pois se matara), renuncia e renega a Deus, à igreja e, jurando só beber sangue a partir daquele momento, sendo assim condenado à sede eterna, ou seja, ao vampirismo.

Quatro séculos se passam, e ele redescobre a reencarnação de Elizabetha, em Londres, agora conhecida como Wilhelmina Murray (Mina). Jonathan Harker, noivo de Mina, parte a trabalho para a mansão do Conde Drácula, onde irá vender dez terrenos na área de Londres para este estranho Conde.

Lá é feito prisioneiro, enquanto o conde se encaminha à Inglaterra para reencontrar sua amada. O resto do filme consiste em uma busca desesperada e sofrida do amante para reconquistar sua amada.


Elenco

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Principais prêmios e indicações

Oscar 1993 (EUA)

  • Venceu nas categorias de Melhor Figurino, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Maquiagem.
  • Indicado na categoria de Melhor Direção de Arte.

BAFTA 1994 (Reino Unido)

  • Indicado nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Produção de Arte Melhores Efeitos Especiais.

Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Terror 1993 (EUA)

  • Venceu nas categorias de Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Figurino, Melhor Diretor, Melhor Filme de terror e Melhor Roteiro.
  • Indicado nas categorias de Melhor Atriz (Winona Ryder), Melhor Maquiagem, Melhor Canção, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins).

MTV Movie Awards 1993 (EUA)

  • Indicado na categoria de Melhor Beijo.

domingo, 14 de junho de 2009

CABANA DO INFERNO





CABANA DO INFERNO
(Cabin Fever)


O jovem cineasta Eli Roth é um dos nomes mais promissores de Hollywood, principalmente no
gênero terror e suspense. Esse seu
longa de estréia custou apenas US$ 1,5 milhão e arrecadou mais de US$ 8 milhões, só nos Estados Unidos. E, atualmente, o diretor já tem mais três projetos em pré-produção para os próximos anos. Esse filme, aliás, foi considerado um dos mais assustador
es do ano passado e conta a história de um grupo de jovens que passa uma temporada numa cabana na mata quando surge uma nova espécie de vírus que come carne humana ?e, o que é pior, de dentro para fora. O primeiro indício da nova doença é um
cachorro morto encontrado por seu
dono. O terror toma conta dos cinco jovens que pretendiam passar uma alegre temporada, isolados da cidade. A boa fotografia de Scott Kevan também é um ponto alto da produção.

"Cabin Fever" é um dos raros filmes
de terror do cinema atual que convence. Pena que foi prejudicado por mais uma dessas campanhas injustificáveis da mídia que realmente está se mostrando cada vez mais alienada e burra. Muitos tem apregoado que o filme é uma "overdose de sexo e violência", o que no mínimo é injustificável.

Realmente, existem altas doses de violência d
a fita de Eli Roth, mas a tal "overdose de sexo" não passa de algo que o
espectador já viu, com a mesma ousadia (!) em fitas da série "Sexta Feira 13".
Agora, se forem comparar com os filmes de ter
ror teen nos quais os Estados Unidos estão se especializando, realmente existe um elemento de choque. Ent
retanto, quem já assistiu a "O Massacre da Serra Elétrica" (73), "Quadrilha de
Sádicos" (77), "Herdeiros do Mal" (80) e "Chamas da Morte" (81), dentre outros, pode ficar tranquilo, "Cabin Fever"
ainda não é o filme que irá fazê-lo ficar traumatizado.
A mesma violência que você viu nesses filmes, vai ver aqui. Nem mais, nem menos.

Nota-se desde os minutos iniciais, que o filme é praticamente homenagem ao terror adolescente (na verdade, trazendo adolescentes, pois geralmente eram fitas censura 18 anos) dos bons tempos, e por isso, tem muitos méritos. Alias, se não existissem algumas caras semi-conhecidas de filmes teen, o filme passaria perfeitamente como algo produzido no final dos anos 70 e início dos anos 80, e isso sempre é bom. Até a trilha sonora faz questão de lembrar o "Massacre da Serra Elétrica", principalmente na abertura. Além de tudo, há outras citações como as de "Amargo Pesadelo" e até uma música tirada da trilha sonora de "Aniversário Macabro", primeiro filme de Wes Craven, de 1972.

A história envolve cinco jovens universitários que, após a fase final de provas, vão passar um fim de semana em uma cabana localizada na floresta (o ambiente lembra muito o de "Evil Dead"). São 2 casais e 1 que é o mais mané de todos, tendo um passatempo preferido de matar esquilos com sua espingarda. Bem feito, é o único que não se dá bem em "Cabin Fever".

Pensando bem, ninguém se dá bem, pois eles acabam encontrando um sujeito estranho com a pele em decomposição. Após um entrevero, assustados, os jovens ateiam fogo no pobre coitado, que desaparece pelo meio da floresta. Em meio a uma atmosfera opressiva, eles notam que aos poucos vão sendo contaminados por um vírus, que se alimenta da pele deles. A partir daí, o filme realmente traz uma violência que chega a incomodar e bastante tensão, em cenas muito bem feitas. Tudo dirigido de maneira redondinha.

Não se pode exigir de "Cabin Fever" um trabalho que vá mudar a história do cinema de terror, e sim fazer companhia à todos os filmes já citados nessa resenha, e que, na comparação com o que vem sendo lançado no gênero atualmente, é praticamente um oásis no meio do deserto.

Carlos Afonso