de
JAUME BALAGUERÓ & PACO PLAZA
Muito se tem argumentado que o cinema fantástico atual perdeu o rumo, não tem mais inspiração e já não é mais capaz de causar impacto na platéia. É verdade! E justamente por conta dessa verdade é que a obra do cineasta espanhol Jaume Balagueró se torna ainda mais importante para o cinema da terror atual.
Utilizando-se de uma escola de direção e roteirização que prima por um retorno às velhas tendências setentistas e oitentistas, Balagueró, e ainda alguns outros cineastas espanhóis contemporâneos, vêm dando novo fôlego aos filmes de terror. Este é o caso exato deste REC. Obra impressionantemente assustadora, REC configura-se no melhor exercício de cinema de terror dos ultimos anos, e no quesito filme de mortos-vivos, concorre seriamente a ocupar o lugar que foi até pouco tempo do proprio pai deste tipo de filme, o grande mestre George Romero. Rec chega a ser, portanto, melhor que alguns dos filmes mais recentes do diretor norte-americano; e se pegar-mos pelo viés do realismo dominante nas produções atuais, chega a ser melhor que alguns dos filmes clássicos do mestre.
REC possui uma atmosfera de medo e desespero tão extremos que o espectador por vezes pode se sentir impelido a sair do cinema ou parar a execução do filme no DVD. Tudo não por conta da escatologia em si, das cenas de sangue por exemplo, e sim pela maneira opressiva como o roteiro vai mergulhando a todos na trama. Com intenso realismo e verossimilhança.
Tenho visto muitas indagações sobre os porquês do filme; gente apontando falhas nas supostas explicações do roteiro. Bobagem! Para tragédias não há muito o que se explicar a não ser depois que elas ocorre. Me diga: Se um corpo recém falecido se levantasse perto de você, tentando a todo custo arrancar seu pescoço, o que você faria: correria desesperadamente escada baixo pra tentar escapar ou tentaria sentar numa mesa redonda com o morto para pedir explicações sobre sua origem? Claro, pode-se argumentar que isso não é a realidade, é cinema e no cinema as explicações têm que ser sintéticas e dadas durante os acontecimentos. Não! No cinema de mestres como Romero e Balagueró, não senhor!
Há argumentações sobre o final de REC; muitos acham que deveria ser diferente. Mas isso se deve muito mais à uma questão particular onde o espectador se frustra ao não ver o final do jeito que ele esperava ou gostaria que fosse, do que propriamente a uma má qualidade real do que foi apresentado.
REC é, de longe, o melhor filme de mortos vivos desde as obras clássicas de George Romero; e seu diretor (ou diretores se considerarmos também a participação de Paco Plaza) já inscreveu seu nome ao lado do de Romero como o segundo em se tratando de filmes de mortos-vivos (não confundir com zumbis!) passando por cima de ícones trash como Lucio Fulci e outros europeus malucos dos anos 80.
Outro grande mérito de REC, talvez até mesmo o principal, é que ele se leva a sério. Não é um filme de brincadeira. Não tem piadinhas do tipo; "Tome isso seu zumbi fedorento!", nem mulheres peitudas correndo semi-nuas e sem função a não ser morrer. Infelizmente as novas gerações não compreendem o valor dessa postura artística dos cineastas. Definitivamente filmes como este não são para adolescentes.
Sinopse:
FICHA TÉCNICA:
Tenho visto muitas indagações sobre os porquês do filme; gente apontando falhas nas supostas explicações do roteiro. Bobagem! Para tragédias não há muito o que se explicar a não ser depois que elas ocorre. Me diga: Se um corpo recém falecido se levantasse perto de você, tentando a todo custo arrancar seu pescoço, o que você faria: correria desesperadamente escada baixo pra tentar escapar ou tentaria sentar numa mesa redonda com o morto para pedir explicações sobre sua origem? Claro, pode-se argumentar que isso não é a realidade, é cinema e no cinema as explicações têm que ser sintéticas e dadas durante os acontecimentos. Não! No cinema de mestres como Romero e Balagueró, não senhor!
Há argumentações sobre o final de REC; muitos acham que deveria ser diferente. Mas isso se deve muito mais à uma questão particular onde o espectador se frustra ao não ver o final do jeito que ele esperava ou gostaria que fosse, do que propriamente a uma má qualidade real do que foi apresentado.
REC é, de longe, o melhor filme de mortos vivos desde as obras clássicas de George Romero; e seu diretor (ou diretores se considerarmos também a participação de Paco Plaza) já inscreveu seu nome ao lado do de Romero como o segundo em se tratando de filmes de mortos-vivos (não confundir com zumbis!) passando por cima de ícones trash como Lucio Fulci e outros europeus malucos dos anos 80.
Outro grande mérito de REC, talvez até mesmo o principal, é que ele se leva a sério. Não é um filme de brincadeira. Não tem piadinhas do tipo; "Tome isso seu zumbi fedorento!", nem mulheres peitudas correndo semi-nuas e sem função a não ser morrer. Infelizmente as novas gerações não compreendem o valor dessa postura artística dos cineastas. Definitivamente filmes como este não são para adolescentes.
Sinopse:
É a história de uma equipa de repórteres de televisão que decide documentar em directo uma patrulha de bombeiros em serviço durante a noite. O objectivo é registar todos os momentos destes profissionais, mesmo as situações mais arriscadas. A primeira missão da noite é resgatar uma idosa que se encontra fechada no seu apartamento por motivos desconhecidos. Mas algo durante a missão corre terrivelmente mal. O que parecia ser uma simples tarefa de rotina torna-se num inferno. Algo sinistro e maléfico anda à solta e ameaça a corporação de bombeiros e a equipa de televisão. E a câmara continuará sempre a filmar até ao último momento…
FICHA TÉCNICA:
[REC] ([Rec], Espanha, 2007). Duração: 85 minutos
Direção: Jaume Balagueró; Paco Plaza
Roteiro: Jaume Balagueró; Luis Berdejo; Paco Plaza
Produção: Julio Fernández
Produção Executiva: Julio Fernández; Carlos Fernández
Fotografia: Pablo Rosso
Maquiagem: David Ambit; Lucía Salanueva
Direção de Arte: Gemma Fauria
Efeitos Especiais: Enric Masip
Efeitos Visuais: Álex Villagrasa
Edição: David Gallart
Elenco: Manuela Velasco (Ángela Vidal); Javier Botet (Niña Medeiros); Manuel Bronchud (Abuelo); Martha Carbonell (Sra. Izquierdo); Claudia Font (Jennifer); Pablo Rosso (Marcos); Pep Sais (Pablo); Jorge Serrano (Sergio); Ferran Terraza (Manu); David Vert (Alex); Carlos Vicente (Guillem)
Direção: Jaume Balagueró; Paco Plaza
Roteiro: Jaume Balagueró; Luis Berdejo; Paco Plaza
Produção: Julio Fernández
Produção Executiva: Julio Fernández; Carlos Fernández
Fotografia: Pablo Rosso
Maquiagem: David Ambit; Lucía Salanueva
Direção de Arte: Gemma Fauria
Efeitos Especiais: Enric Masip
Efeitos Visuais: Álex Villagrasa
Edição: David Gallart
Elenco: Manuela Velasco (Ángela Vidal); Javier Botet (Niña Medeiros); Manuel Bronchud (Abuelo); Martha Carbonell (Sra. Izquierdo); Claudia Font (Jennifer); Pablo Rosso (Marcos); Pep Sais (Pablo); Jorge Serrano (Sergio); Ferran Terraza (Manu); David Vert (Alex); Carlos Vicente (Guillem)
Observando a ficha técnica do filme, podemos argumentar que foi preciso dois grandes diretores e roteiristas para conseguirem elaborar uma obra à altura da de George Romero; mas essa é outra história...
3 comentários:
Fiquei com vontade de assistir
Vale a pena, Pedro. Muito bom!
Eu já assisti, há muito tempo, com a sua dica mesmo, e não me arrependi. Tem selos para o Império do Medo no meu blog, passa lá depois.
Postar um comentário