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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O EXORCISTA - ROMANCE



O EXORCISTA

William Peter Blatty


Resenha de Henry Evaristo





A literatura de terror da idade moderna e, por progressão, a de nossa era contemporânea jamais conheceu uma obra tão densa e prenhe de terrores sobrenaturais, visões tenebrosas e idéias esmagadoramente assustadoras quanto o romance O EXORCISTA escrito em 1971 pelo norte-americano William Peter Blatty.

Egresso dos roteiros para televisão onde trabalhava sobretudo textos de humor e dos filmes de comédias onde fora parceiro de Blake Edwards, Blatty buscava algo que lhe possibilitasse uma projeção maior no cenário artístico mundial principalmente após passar a trabalhar sem a presença do parceiro.

Neste período, o escritor lembrou-se dos relatos que ouvira nos tempos de faculdade sobre o suposto exorcismo de um garoto de treze anos no estado de Maryland que durara seis semanas. Essas recordações dos tempos de academia somadas à profunda formação católica de Blatty possibilitaram que em sua mente se formasse o argumento central da obra.

Para escrever o romance, o autor isolou-se num chalé alugado no interior de uma área de florestas em Lake Tahoe, nas montanhas de Sierra Nevada. De certo a própria atmosfera tétrica das matas que circundavam o chalé, as noites escuras e a solidão em meio a uma região desolada contribuíram de forma capital para a elaboração do clima pesado do livro.

Como consultores, Blatty contou com o auxílio de vários membros das paróquias de Washington; diversas pessoas ligadas à ingreja católica e que eram de seu convívio pessoal também contribuíram com informações a respeito de rituais de exorcismo e casos de possessão demoníaca tidos como reais. Serviram-lhe de inspiração os casos relatados nos livros do estudioso da demonologia, monsenhor Corrado Bauducci bem como relatos contemporâneos tais como o do próprio menino estadunidense conhecido como Robbie. Atualmente muitos crêem que o caso da garota alemã, Anneliese Michel tenha sido sua principal inspiração mas a alegação não procede visto que os fatos ocorridos na fazenda em Klingenberg am Main só tomaram forma entre 1975 e 76 e só vieram à publico no início dos anos 80.

Na solidão de seu chalé alugado nas montanhas, Blatty inventou a estória da menina Regan McNeill, de doze anos de idade, filha de uma proeminente estrela de cinema dada a ataques de nervosismo e sem religião, que de repente começa a apresentar sintomas estranhos de algum tipo raro de desordem mental.

Apresentada a uma junta formada pelos melhores profissionais médicos que o dinheiro de uma atriz de sucesso em Hollywood poderia pagar, a garota revela-se um enigma sem solução aparente. Após dezenas de exames tortuosos, a mãe da garota é aconselhada a procurar métodos não ortodoxos de cura.

O sintomas iniciais envolvem insônia, hiperatividade com momentos de apatia e sonambulismo. Evoluem então para irritabilidade, agressividade moderada e em seguida agressividade extrema e incontrolável com a utilização veemente de palavreado chulo. É quando os médicos surgem com a idéia de mudarem os métodos investigativos para uma abordagem menos patológica e mais subjetiva, poderíamos afirmar.

Entram em cena os psiquiatras, psicólogos e demais profissionais da mente que também nada obtém de resultados práticos ou imediatos. A ministração de drogas inibidoras do comportamento contribuem para a rápida degradação física da garota que começa apresentar profundas alterações nas feições do rosto. Rapidamente Regan vai se tornando num mostro preso no andar de cima enquanto estranhas ocorrências, que evolvem até mesmo um assassinato, vão tendo espaço do lado de fora da casa numa espetacular subtrama que envolve implicações pra lá de tétricas.

Um dos aspectos mais pavorosos do livro é a utilização de informações científicas com relação aos distúrbios conhecidos como fenômenos de dupla personalidade, em contraste com as informações advindas dos consultores da igreja católica que participaram da construção da estória. Blatty lança mão de estudos perturbadores a respeito da mitologia da possessão; transcreve trechos horrendos do Ritual Romano e de outros tratados sobre demonologia. Há passagens no romance que são capazes de arrepiar os cabelos do mais intrépido dos leitores.




Como o próprio autor nos fala na introdução da obra, O Exorcista é um livro sobre o diabo; não um demônio, mas o próprio diabo. Assim ele se inscreve no universo cultural de cada um de nós ocidentais. Crescidos dentro de ambientes cristãos, mesmo que não necessariamente católicos, somos treinados a crer em forças negativas e positivas que habitam um universo paralelo ao nosso mas que, mesmo assim, atuam sempre antagonicamente em nosso mundo. Temos em nossos imaginários quão lindas são as forças do bem e o quão horrendas são as forças que emanam do mal. Logicamente este conceito é anterior à bíblia, e descende mais de livros como o Zend-Avesta, a base do zoroastrimos persa, do que de preceitos originários da fé cristã. Por assimilação de tradições milenares, estas determinações culturais acabaram contaminando os escritos bíblicos e sendo transmitidas ao universo cristão com nomes diferentes.




Por atuar dentro desta esfera sobrenatural tão comum à cultura ocidental, O Exorcista permite uma identificação imediata do público com os personagens que precisam enfrentar o grande inimigo, o maior antagonista do homem, aquele ser que assola as vinhas do todo poderoso, que atenta contra tudo o que é belo e que é, sobretudo, o encarregado de levar consigo as almas impuras. Assim, o livro conquista os piores medos do leitor e o prende em suas páginas, pois, a partir daí, não há quem não passe a buscar no desfecho alguma forma de redenção para o próprio ato de ler a obra.

Um comentário:

Emanoel Ferreira disse...

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