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terça-feira, 17 de junho de 2008

A SEITA


Para falar sobre o filme A SEITA, é preciso que primeiro falemos sobre o gênio por trás da obra: Jaume Balagueró.

Diretor e roteirista espanhol, nascido no dia 2 de novembro de 1968, ele é o responsável pelo comando de dois thrillers igualmente interessantes e pouco valorizados no nosso país. "A Sétima Vítima" (Darkness, 2002) e o recém lançado nas locadoras (com um atraso de seis anos) "A Seita" (Los Sin Nombre, 1999). Ainda em 2005, deve chegar aos cinemas brasileiros mais um trabalho que leva o nome de Balagueró em seu roteiro, "Maldição: Reze Para Não Vê-la" (The Nun, 2005). Ao que parece, o cineasta não tem muita pressa em lançar seus filmes já que os anúncios da pré-produção geralmente são feitos com dois a três anos de antecedência. Para os fãs da franquia "Rios Vermelhos" e de outros filmes com temáticas envolvendo seitas e rituais, "A Seita" é simplesmente perfeito. Tem todos os elementos do gênero: sociedade secreta com rituais bizarros e ideais apocalípticos, mortes violentas, pistas que levam a novas pistas, falsos amigos e muito mistério. Por outro lado, como é comum nessas produções, o ritmo é lento, com cenas arrastadas e quase nenhuma ação - o que pode comprometer o interesse dos fãs da era "Resident Evil" e similares.


Claudia Gifford (Emma Vilarasau) é uma mãe que está em estado de decadência emocional: o corpo de uma garota de seis anos, encontrado pela polícia em estado deplorável, foi identificado como sua filha desaparecida. As evidências são irrefutáveis: o corpo tinha uma perna menor que a outra e estava usando um bracelete que possuía seu nome: Angela. Com o pesadelo da descoberta, Claudia se separou de seu marido e tornou-se uma escrava de comprimidos anti-depressivos, além de se auto-flagelar assistindo diariamente imagens de sua filha na praia e em parques de diversão. Cinco anos depois da tragédia, na mesma época do ano, Claudia recebe um assustador telefonema de uma jovem dizendo ser sua filha, pedindo para sua mãe encontrá-la antes que "eles" a matem. A garota diz estar num sanatório abandonado (que aparece em uma das fitas da família) e clama pela ajuda da mãe sem o intermédio da polícia. Como toda mãe que se preze, Claudia vai ao sinistro local e encontra, além de imagens de santos, um sapato corretivo que sua filha costumava usar. Com a esperança renovada, Claudia vai ao encontro do policial que investigou o caso na época para pedir ajuda. Bruno (Karra Elejalde) acaba de se aposentar de seu ofício por não ter suportado a perda de sua esposa grávida e acaba encontrando nessa investigação a fonte de vitalidade que precisava para se reerguer. Ele então começa a pesquisar o nome de outras jovens que tiveram o mesmo problema na perna e que podem estar relacionadas ao crime do passado. Paralelamente, o repórter de uma revista de parapsicologia encontra, durante uma reportagem sobre Santos que choram, uma misteriosa fita que contém cenas de atrocidades e a imagem de Claudia no sanatório. As pistas unem os três, que buscam um objetivo na vida, em um único interesse: "Os Sem-Nome", um grupo de fanáticos religiosos que desde 1962, na Inglaterra, realiza rituais de violência e morte aspirando "um nível superior de consciência, através da prática do horror como meio de purificação." Essa nova fórmula da Santidade pretende realizar um ato de barbárie tão monstruoso como "uma chave para uma dimensão superior de poder e de prazer".

Baseado numa história original de Ramsey Campbell, é interessante notar o brilhantismo do roteiro de Jaume Balagueró em cada diálogo cuidadosamente desenvolvido - em pleno momento de tensão emocional, Claudia demonstra um certo desequilíbrio ao dizer: "Esqueci de dar comida aos peixes. Eles vão morrer." - e também na ausência de muitas explicações, comum no cinema americano. Em determinado momento, durante a investigação do ex-policial à casa de uma família cuja filha possuía o mesmo problema na perna, aparece ao fundo a imagem de uma pessoa misteriosa que se esconde rapidamente, sem nunca possuir uma explicação. A seqüência final bem parecida com a surpresa de "A Sétima Vítima" também é genial quando surge no espectador o questionamento: "qual seria o ato mais monstruoso que alguém poderia cometer? Mutilar o corpo de uma filha ou gerar o terror absoluto para uma mãe aflita?". A escolha não poderia ser a mais certa... Para representar a agoniada mãe, a atriz Emma Vilarasau desenvolve um trabalho perfeito sem exagerar nas feições e ainda assim deixar evidente seu desespero. Repare nos movimentos de seu corpo para frente e para trás, diante de situações conflitantes, e você entenderá o que estou dizendo. Outro destaque é Carlos Lasarte como o líder religioso "Santini", que adquire importância num momento claramente inspirado em Hannibal Lecter, de "O Silêncio dos Inocentes".

Intercalando imagens de pesadelos como a misteriosa fita de Sadako, em "Ringu", Balagueró acerta ao dar ao filme uma atmosfera darioargentiana e ao ousadamente mostrar imagens de crianças mortas, bebês deformados, cadáveres em decomposição, pés sem dedos, tortura e violência explícita - imagine a dor de ter seu mamilo arrancado por uma tesoura ou o ataque de um cachorro às suas partes íntimas. Numa época de pouca valorização da idéias criativas, "A Seita" merece ser assistido e apreciado pelo fãs do bom cinema de horror.



A SEITA
Sinopse:
O corpo de uma menina de seis anos é encontrado jogado na água. Tudo leva a crer que ela é a filha desaparecida de Claudia (Emma Vilarasau). Afinal, próximo à cena do crime é encontrado um bracelete que era da garota e, o que é mais assustador, o pé direito é um pouco menor do que o esquerdo ? como o da filha de Cláudia. Os demais indícios que poderiam comprovar a quem pertencia o corpo mutilado foram removidos. Cinco anos depois, Claudia é uma viciada em tranqüilizantes que não conseguiu superar o trauma. Ela recebe uma ligação de uma menina dizendo ser sua filha, pedindo ajuda para ser salva antes que ?eles? a matem. Quem são eles? Quem é essa menina? Para responder a essa e outras perguntas, Claudia se une a um repórter com poderes parapsicológicos e um policial decadente. Seja lá quem for a pessoa que ligou, ela está em perigo e precisa ser salva. O diretor Jaume Balagueró é o mesmo de A Sétima Vítima.
Premiações
FESTIVAL INTERNACIONAL DA CATALUNHA Vencedor: grande prêmio de fantasia européia em ouro e prata (ambos para Jaume Balagueró), atriz (Emma Vilarasau) e fotografia (Xavi Giménez);
FESTIVAL DE CINEMA FANT-ASIA Vencedor: filme estrangeiro;
FANTAFESTIVAL Vencedor: filme;
FANTASPORTO Vencedor: prêmio internacional para direção e prêmio da crítica;
FESTIVAL DE CINEMA FANTÁSTICO DE BRUXELAS Vencedor: filme.
Ficha Técnica

ANO DE LANÇAMENTO
1999 (Espanha)
DIRETOR
Jaume Balagueró
ELENCO
Emma Vilarasau Karra Elejalde Tristán Ulloa Toni Sevilla Brendan Price Jordi Dauder
ROTEIRO
Jaume BalagueróRamsey Campbell
DURAÇÃO
102 minutos
TRAILER
não divulgado
LANÇAMENTO NO BRASIL:
maio de 2005
DISTRIBUIDORA:
LK- Tel Vídeo
FONTE: site Boca do Inferno

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